Quando, uma novela, me mostra a alma humana, em todo o seu
esplendor de complexidade e contradição, eu páro e penso. E depois, sigo o
caminho.
10/09/2013
06/09/2013
Para ser grande, sê inteiro
Eu era ainda uma miúda, mas já presa, cansada e cheia de
medo. Ela era já grande, e provavelmente também presa, cansada e com medo, como,
às vezes, todos nós, mas também disponível, sensível, intuitiva, sábia,
generosa, poderosa…
A mim, nascida para cuidar, mostrou ser necessário amar-me e
deixar-me amar, bem. Desarmadamente afectuosa, lá foi baixando as minhas
defesas. Com paciência de Jó, caminhou ao meu lado, devagar, muito devagarinho.
E bailou comigo as minhas coreografias de um passo à frente e dois atrás, num
estrado feito de curiosas espirais, de oitava acima.
Pela estrada fora, fui descobrindo um património comum,
natural, sobre o qual acrescentámos novas pedras. A ânsia de Marta com muitas
coisas, quando só uma é necessária. A escolha de Maria pela boa parte. A ponte
como passagem… ou miragem? O Assentamento de Chico. O Tempo de Ary. A Canção de Milton. O “Não tenhais medo”, de todos nós.
Hoje, já não sou uma miúda. Será? Mas sei que há sempre
prisões, cansaços e medos, na peregrinação rumo à Cova da Iria, de cada um. Ela
também. E sei que ela é grande, maior, enorme, gigante. E ela
também.
05/09/2013
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