17/10/2013
Pequenos prazeres
Passar na rua por alguém com um sorriso 33. Ficar com aquela sensação "eu sei que você sabe, que eu sei que você sabe". Embora não saiba o quê. :)
10/09/2013
Lições da globo
Quando, uma novela, me mostra a alma humana, em todo o seu
esplendor de complexidade e contradição, eu páro e penso. E depois, sigo o
caminho.
06/09/2013
Para ser grande, sê inteiro
Eu era ainda uma miúda, mas já presa, cansada e cheia de
medo. Ela era já grande, e provavelmente também presa, cansada e com medo, como,
às vezes, todos nós, mas também disponível, sensível, intuitiva, sábia,
generosa, poderosa…
A mim, nascida para cuidar, mostrou ser necessário amar-me e
deixar-me amar, bem. Desarmadamente afectuosa, lá foi baixando as minhas
defesas. Com paciência de Jó, caminhou ao meu lado, devagar, muito devagarinho.
E bailou comigo as minhas coreografias de um passo à frente e dois atrás, num
estrado feito de curiosas espirais, de oitava acima.
Pela estrada fora, fui descobrindo um património comum,
natural, sobre o qual acrescentámos novas pedras. A ânsia de Marta com muitas
coisas, quando só uma é necessária. A escolha de Maria pela boa parte. A ponte
como passagem… ou miragem? O Assentamento de Chico. O Tempo de Ary. A Canção de Milton. O “Não tenhais medo”, de todos nós.
Hoje, já não sou uma miúda. Será? Mas sei que há sempre
prisões, cansaços e medos, na peregrinação rumo à Cova da Iria, de cada um. Ela
também. E sei que ela é grande, maior, enorme, gigante. E ela
também.
05/09/2013
30/08/2013
It takes forever to get home
Pode ser um sótão, alcatifado a azul.
Pode ser uma varanda, pequena, com uma vista grande.
Podem ser bicicletas, sujas, encostadas ao corrimão.
Podem ser portas, de garagem, feridas por bolas de futebol.
Pode ser um abraço, grande, a oito braços.
Pode ser uma placa, na parede, a desejar o que já foi.
Também pode ser o sopro forte, que despenteia.
A paisagem, a desfilar, nas janelas do carro.
A estrada nacional, que rola, nos pneus.
A música roufenha, que nos envolve, na banda sonora perfeita.
A própria viagem, longa, como lugar de vida.
E o rio, sempre, que corre para o mar.
Pode ser uma varanda, pequena, com uma vista grande.
Podem ser bicicletas, sujas, encostadas ao corrimão.
Podem ser portas, de garagem, feridas por bolas de futebol.
Pode ser um abraço, grande, a oito braços.
Pode ser uma placa, na parede, a desejar o que já foi.
Também pode ser o sopro forte, que despenteia.
A paisagem, a desfilar, nas janelas do carro.
A estrada nacional, que rola, nos pneus.
A música roufenha, que nos envolve, na banda sonora perfeita.
A própria viagem, longa, como lugar de vida.
E o rio, sempre, que corre para o mar.
24/08/2013
Carta de intenções
«Caminhámos naquela luz tão pura e clara, que dourava a relva e as folhas secas. Era uma luz tão suave e serenamente resplandecente que pensei que nunca me banhara numa torrente de águas tão douradas, calmas e silenciosas. A vertente oeste de cada bosque e todos os terrenos elevados reluziam como os confins dos Elíseos, e o sol nas nossas costas parecia um gentil pastor que nos conduzia ao lar ao fim da tarde. Assim vagueamos para a Terra Santa, até ao dia em que o sol brilhe mais do que nunca e reluza também nos nossos corações e espíritos, iluminando a vida num grande e radiante despertar, tão quente, tranquilo e dourado como uma colina no Outono.»
in Caminhada, Henry David Thoreau
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